"Posso dizer que o amor mordeu-me um dia,
mas que o outono levou de mim esse
momento encantado."
Joanna Pallaris |
Nossa sala era composta por teus encantos de estar só,
nosso quarto era habitado por nossos corpos, nossas noites
de amor e prazer, de desejos.
A magia que abrigava-nos durante séculos foi roubada aos poucos
pelo rio que te carregou pra longe de mim.
Pra onde foi meu bem?
As ruínas que fizeram-me sofrer insistem em morar na minha pele.
Pobre de minha alma, inundada de dor, de saudades.
A resposta que eu tenho é que tu já passas bem, que a tua alegria
vive em si, que tua alma inunda-se desse maldito rio que o carregou
num golpe cego o teu amor de mim.
Não foi fácil, não é fácil, mas sabe o que mais agrada-me?
Os teus olhos em meus sonhos.
Sim, sonho com os teus olhos.
Os que acalentavam-me, protegiam-me, amavam-me.
Despia-me de corpo e alma, amava-me sem medos, sem mentiras.
Se houve loucuras entre nós dois, foram as nossas loucuras
por debaixo de nossas peles.
Se houve um mar, foi o mar de rosas buscadas de tão longe
pra provares o teu amor por mim, pra provar o encanto que
havia em nosso amor.
Tudo tão inútil, tão tolo.
Que posso dizer que o amei,
que amei a primavera em que vivia em mim,
hoje não morro, é meu poeta quem morre aos poucos, deixa-me.
A cada dia o mato e apaixono-me por uma nova primavera.
A cada segundo ele afoga-se no maldito rio, e eu recupero
o meu andar com um novo ar.
Até tudo repetir-se novamente e eu não suportar o sofrer de
morrer de amor.
Não sou o Cristo, mas ressuscitei.
Tudo por uma nova primavera.
Que há de mal em morrer de amor?
Não há nada melhor, renova a alma.
2 comentários:
poderia ter mais detalhes a parte onde a personagem se despi, poderia apimentar mais a figura de linguagem.
Cada qual com sua linguagem, com sua escrita. ^^
Flores!
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