Desanuviada

De cara limpa me entrego.

Marta Orlowska

























Resolvi vir aqui assim, sem palavras bunitas, sem dengo nem amor. Amor talvez, porque ainda resta um bocado em mim, mas de fato morrerá assim como tudo morre um dia. Se eu desejo isso? Nunca desejei. Mas de mal se morre o amor e sempre aparece um outro ser que agrada e faz a gente esquecer de quem realmente construiu castelos e desejos conosco, isso não é maravilhoso de fato, o que é bom não se deixa de lado, não se esquece do nada. O fato é que eu estou aqui, simples de eu. Palavras sempre me preencheram, com tanta grandeza que meus ditos "poemas" que eu prefiro chama-los de "palavras d'alma" não me resolvem mais, ao menos hoje não. Se eu fosse criar um dos meu textos, você e vocês saberiam o que realmente se passa aqui dentro, sempre foi assim, mas dessa vez choraria comigo ou seria inevitável o riso como o que me aparece de vez em quando, quando me vem um rosto aqui, uma lembrança. 
O ano nem bem começou e já me veio muita coisa, assustada fiquei, desolada, desamada, perdida e agora vem essa dorzinha de saudade, saudade de quem partiu e me partiu ao meio, mas não foi só um ser, não foi em uma única intenção. Meus amores deixaram de ser amados e eu deixei de ser alguma coisa que eu já fui. Pois é... coisas da vida. A vida sempre continua, até o dia em que a querida morte venha me fazer uma visita, sou capaz de convida-la para um café antes que ela me leve. Acredite, tomei coragem mais pra vida, quem dirá pra morte. Deixei de ser santa pra ser eu, deixei de ter medo... escolhi viver. 
Com tudo isso (já falei de mais) eu só queria deixar algumas coisas claras, talvez duas ou mais. A primeira é que "a gente sempre ama, sempre protege, sempre briga, mas chega um momento que só se pode amar. Deixa-se de ter a pessoa por perto pra poder proteger, brigar, mas o amor tem o poder de amar longe e perto", é aí que a morte entra no meu contexto. Mas morte é o fim e do fim se tem um início, é bom pensar assim. A segunda e talvez última é que "amor é coisa rara, ninguém  surge com sinceridade de um nada e te ama de repente, agradar não é amar", "tem gente que tem a mesma opinião que você, gosta dos mesmos gostos que o teu, ama seu cantor favorito, gosta do mesmo sabor de sorvete que o teu ,  por aí vai, e olha que isso não é parecer, é querer agradar", chamo isso de falta de personalidade. E a última é que "amigos são amigos e só", a gente não cobra nada, não pede, eles sempre sabem a hora de agir. E quer saber d'uma, você deveria ter feito o mesmo que eu fiz por você, amizade, só. A gente ganha o que merece e até mesmo o que não merece.
Vou ficar um tempinho aqui em mim, retraída, pra vê se me volta o dois, pra vê se me larga de vez a dor de (a)mar. Só mais uma coisa, já vi gente receber de volta o que plantou na vida de outro ser.


Vão viver!

"Limpo é meu pranto, santo é meu penar.
Nem o papa chega perto da santidade das minhas palavras d'alma."

Flores!

7 comentários:

JasonJr. disse...

Falou e disse!!!

Vanessa Souza disse...

O ano mal começou e já atropelou...

Anônimo disse...

É muita coisa.

lua b. disse...

Estou atônita, quase sem palavras.
É que você passou uma mensagem tão forte e confiante que até assusta.

É intenso, parabéns.

;*

Izabela Cosenza disse...

que bonito se entregar ao todo do amor, luana. viver com intensidade as alegrias e os revezes. e a hora da dor talvez seja hora boa de reavaliar as coisas e cuidar de si.
"cuide-se bem!"
http://youtu.be/MkrX0zkaHag
beijo
iza

Rafael Castellar das Neves disse...

É...e essa colheita, mesmo da vida do outro ser, é nada mais que justa e, muitas vezes, necessária!

Atentemos aos alheios!!

Gostei muito do texto!

[]s

Glauber disse...

Não só o texto é belamente sensível, como é muito envolvente a sua forma de expressá-lo.

Gosto da sua intensidade, por isso estou aqui.

Saudações!