Gole de esquecer.

Ao som do Tatá Aeroplano - "um tempo pra nós dois".
Berni

Tua novidade de chegar trouxe-me flores,
tua infelicidade de partir trouxe-me solidão.
A bebida ficou amarga, a saudade criou nome,
as estrelas esperanças e meu dengo tornou-se chão.
Derramo meus prantos e quebro meu jogo de gostar,
só pra ter que partir pr'um outro lugar, esquina de perdão.
E peço tempo. Não peço calma, não tenho calma e não quero calma.
Que seja servido mais uma dose do líquido que me faz esquecer de você no primeiro gole e
que te traz de volta vestido de saudade e tristeza no décimo quinto gole... dia mortal do nosso amor.
Enlaço meu choro e amarro os dias de solidão, dou e reponho as memórias. 
As perdoou e perdoou a louca que eu criei, por ser tão tola de amar. 
Desejo-te a felicidade e reclamo da tua felicidade.
Prometo passar e não olhar, mas passo e sinto até cheiro do teu estar.
Digo que não e logo mais ponho-me aos teus pés morta de desejos. Basta!
Pedi e quero, o necessário, nada de calma. 
Meu remédio de hoje é a água ardente com gotas de esquecer, até que eu cure minha alma desse mal. Até que eu encontre no fundo do copo, num gole da cachaça a solução, a minha salvação. 

É, é pessoal.
                                                                                PS: Título do texto com participação da menina olhos oceano, a Eve. 

Um comentário:

Eliudson disse...

... desta mesma bebida e neste mesmo copo beberiam Caetano e Florbela, brincando de sentir...

Parabéns pelo texto.