Falta do começo.

Michaela Knizova

















Falta um tanto de tudo.
Falta a falta, falta o ar, falta o estar.
As noites frias de arrepios doentios,
os dias quentes de ressecamento na alma.
A primavera vem vagarosa, como quem 
quer matar de desejo meus sonhos.
Eu repouso e olho, olhos e boca.
Devoro as mariposas e conto segredos
aos grilos, os mesmo que nunca estiveram.
Sem rima, sem cor eu tento ser.
Sem céu, descalça de mar eu tento ser.
Sem língua, sem palavras d'alma eu tento,
tento respirar, tento (re)viver.

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