Que eu amo.


Ela caçoa, mas não vive sem mim.
Ela brinca de guerra, mas eu sei
que quer a paz do meu colo.
Diz que é moça, mas eu sei
que é dona do meu pecado.
Resmunga pela manhã e prefere café,
amargo e com leite.
Ela tem toques e retoques,
tem jeitos e bocas, faz caras.
Ela diz entender, mas o futebol
não a entende, não.
Seus dentes rangem em meus ouvidos
e os lábios úmidos multiplicam o desejo.
Ela pisca o olho. 
Seu pijama azul clareia as noites frias
e seu corpo esquenta noites.
Ela diz que quer filhos,
depois pede cachorro de presente,
mas ela já me tem.
Diz estar grávida e o alarme é de atraso
causado pela ansiedade de tanto amar.
Ela discute com os moveis,
deseja bom dias aos pássaros,
ela me deixa boquiaberto, quieto.
Diz ser a mulher desastre,
mas no fundo é a mulher que eu amo. 

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