Recorda mainha.

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Eu era menina, mas de vez eu recordo do pirão de mainha, acontecia nos domingos, junto com o futebol dos menino da rua e o samba na porta da casa de Dona Alzira. Eu me entregava pro pirão, arriscava na bola chutando as canela alheia e depois marcava num compasso desconhecido o samba, e ai de quem falasse mal do meu ritmo.
O fim do dia chegava, banho me tomava e mainha preparava a noite pra gente. Eu brincava de cantar com as meninas e depois corria com os meninos. Nos gritos o banho e mainha me pegava outra vez, e na calmaria dos olho dela eu repousava meu dia. 

Recordações bunitas que a vida me deu.

Segunda Tarde.


Senta teu humor
e aquece minha fadiga.
Desvia teus olhos dos meus,
cante tuas cantigas
e devore teu tempo.
Passos feito asas,
boca feito céus
e olhos feito mar.
Mãos que agarram,
ar que prende-me.
Desprenda e aprenda a viver
por ti, pelos passos teus.
Deixe-me levantar os passos,
agir de boa fé
e agredi-la de adeus.
Decora teu riso na sala
e deixe eu construir o meu.
Desfia-se de mim,
desprenda-se e parta-me.

Ultima mente.

Shaden

Os pés latejam no cansaço,
as mãos calejam na persistência,
os olhos lacrimejam sofrimento.
O coração padece e a prece 
é tão certa quanto o partir.
O caminho é estreito 
e a cantiga de ninar é o deboche do dia.
As pessoas distantes, 
o irmão na vida e eu cá.
O silêncio serra meu ar,
as incertezas regaçam meu coração
e o medo coloca-me por baixo de mim.
É o que chamam de vida,
é o que eu ataco todos os dias
pra não morrer de viver.

Atualmente.

Beata Rydén
Eu que sonhei
e rabisquei 
vontades minhas,
hoje mergulho 
no vão improviso.
Eu que comi
e lambi 
as vontades alheias,
hoje provo 
do veneno
maligno.
Veneno é pouco
pra tanto mal.

Louise, livre-se!

Pia
Alguns humanos provocam-me alucinações.