Algo.

Beth Anne

























Do sentimento mais desumano o meu por ti é deslumbrante.
Nossa valsa enlouquece quem vê, nossa presença embriaga 
a vida de seres tão decentes e descrentes de si.
Vamos pra onde se é permitido viver, vamos para o lugar
em que meus sonhos são teus e teus desejos tolos e incompletos
tornam-se tão somente meu. Vamos!
E querer já é um começo, o fim do começo daquele outro dia
em que crianças brincavam nos parques da cidade, os mesmos 
parques em que meu corpo entregou-se fielmente as observações
desnudas e desafinadas de coisas e almas desumanizadas de ser.
Delírio a delírio cumprir a vontade dos céus, este é o desejo supremo.
E beber meus copos diários de cólera que mata aos poucos meu
acreditar de amar, que fere o que ainda existe no peito do meu
segredo que há tudo que eu plantei. Vamos!
Ei de querer bem, ao menos querer. Ei de seguir meus ventos 
malditos e impiedosos que massacram minha alma tornando-me
seca e ressecada de esperanças futuras, deixando-me indisponível.  

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