Diário Bianca.

Ao som de Maria Rita.

bobi

























Tenho vivido muito só ultimamente. Papai e mamãe dizem que isso vai me fazer bem, mas na verdade eles não sabem da minha solidão. 
Aproveito cada momento comigo e às vezes me dá medo, dá um gosto na boca de inexistência. Compreendo meu lado presente, compreendo.
Tenho me alimentado pouco, porém bem. Meus drinques e meus cigarros são como marido e amante, presentes, mas nunca me saciam. 
E vou seguindo descrente das criaturas ao meu redor, dos mestres, doutores. Não tenho mais motivos pra acreditar na vida, agora a pouco deixei de acreditar em mim, no mundo, nas pessoas. E toda noite eu escrevo aqui no meu diário só pra me ler e ter certeza de que eu existo, as palavras não aparecem do nada, alguém as cria. Acredito.
Não tenho me encaixado em função alguma e as horas são tormentos, cada hora é um ano e sofro por esperar, esperar pra ver. Mas ver o que? Não sei. O que eu sei é que a cada dia percebo que não sou desse mundo e me sinto um peixe fora do mar, do rio, das águas do penar. Aqui não é meu lugar, nunca foi. Acho que papai e mamãe foram cruéis abandonando-me nesse lugar, no mundo. 

Boa noite!

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