Amor atropelado.

Carmen

















Existem coisas que eu não consigo compreender, ou que simplesmente não conheço. Mas não é pelo fato de eu não me permitir, de não deixar agir em mim todas as minhas curiosidades. 
Uma vez eu tentei aprender a andar de bicicleta e me dei bem, saí carregando latas de lixo e o amor da minha vida. É que o Arantes inventou de aparecer pra mim bem no momento em que eu decidi matar alguém ou me matar, porque eu de bicicleta, como diria a tia Flora, é pior do que campo de guerra. 
Saí com meus arranhões e o amor. Eu não tive sorte, não acredito nela. Foi tentando compreender como era andar de bicicleta e mesmo sabendo que eu corria o risco de me machucar que eu o encontrei. 
Os riscos são os mesmos, mas diferente da bicicleta, eu tenho lá uns sentimentos por ele, coisa boba, nada de mais. 
Ontem ele me pediu em casamento e eu me lembrei desse dia em que nos conhecemos, pensei. Vale mesmo? Bem, eu até queria a resposta aqui na palma da mão, tentaria ir em uma cigana, mas me sairia caro. Por fim, eu prefiro aceitar o desafio, como do inicio, e ver no que vai dar. E eu sei que tombos, arranhões, cortes... essas coisas e muito mais virão, mas eu me levanto e pedalo novamente, com ou sem ele.

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