Falta luz.

Em seus cálculos. Boca exangue, rosto pálido e as reclamações. Falta tempo, disposição e dinheiro para colocar sua filha em uma escola digna. Dignidade já lhe caiu da boca e o que restou foi algumas migalhas em seu colo. 
A mulher resmunga, pede divorcio e aceita a chantagem de continuar no cotidiano maldito: pão, feijão, pão. A água não foi paga, na padaria o saldo é negativo e a luz já se foi, nem vela ilumina mais a vida do casal.
A filha decide morrer, mas a morte cobra caro. Leva a avó, leva o primeiro, mas não leva a maldita fome. 

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