Da traição a descoberta.

Julián Rodriguez Orihuela

























Ela banhou-se, tomou gole de café e soube do ocorrido. Não lhe doeu coração e nem ossos.
- Não lhe peço perdão, não sinhor. Se tua mulher discubriu que tu tá comigo a culpa é mais tua do que minha. Mas veja você? Eu, trabalhando... procurei ninguém não. E dispois se tu veio aqui atrás de fogo, que viesse antes. Tua muler nunca que lhe deu prazer.
- Mas Carmosina, meu amor. Não é assim... como posso me explicar?
- Nem comece a explicar nada, tu deve de explicar pra tua muler e me dexe que hoje a noite vai ser longa e eu preciso de discançar. Ande homem, se pique daqui.
- Oh meu amor, trate seu amado assim não.
- Amado coisa ninhuma. Tu é da tua muler e se tu tá aqui querendo se explicar e cheio dos dedo é causa de que ta com medo do que o povo vai falar quando suber que tu sai de casa pra cair nos braços de muler feito eu. Olhe homi, lhe digo uma coisa... eu num tô aqui pra guentar disaforo de seu ninguém, se tua muler prejudicar meus trabalhos de prazer e a Dona Lurdes me botar pra fora do salão eu juro pelo meu Padre Cícero que eu faço picadinho, mas bem picadinho de tu e de tua muler. Agora se coise e se pique daqui, suma.

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