Porções.

Marsida Lekaj
























Tudo desconcertante e desconfortável. 
Talvez eu encontre paz, talvez encontre um novo ar.
Aos poucos, de pouco, me sobro de amor e tenho a possibilidade de curar-me. 
Feridas expostas são sempre perigosas, pode ser contaminada pelo ódio ou cicatrizadas por amor, 
duas porções fatais que causam morte, dor e arrepio.
E depois amanhã, e antes ontem e agora nada. 
Com os séculos o mundo cresce e a gente, a gente bobagem sempre.
Discute por coisas, come bobagens, engole a seco o mesmo chefe chato, quadrado e antipático.
E eu pergunto: será obvio de mais viver? Sempre os mesmos. 
Nem adianta tentar ser/fazer diferente, vai existir sempre alguém querendo destruir seus desejos. 
Tipo eu, do nada dá calor, depois frio e acabo acabando-me aos poucos. 
Eu mesma matando desejo em mim. 
Cuidado com porções!

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