Sinto-me envergonhada, enganada.
As flores que desejei foram todas
em vão, aos ventos mentirosos.
Agora sou espinho e desculpa.
Não desejaria a nenhum inimigo
força brutal como essa que me cerca,
que me deixa de olhos d'água e alma
ferida, doente de desastres.
Deixo de ser criança e confio em
todas as almas, mas criança não
confia em almas, 'inda mais as doentias.
Sigo e me calo, sou obrigada a ocultar
a mentira que me cerca para não ver
meu passarinho preso ao desapego.
Sinto, sinto por mim, por ter me enganado
por tão pouco, tão pouco.
Deixo nas mãos do tempo e não espero
pra ver, quero estar distante de todas
as dores e do gosto de traição, da tristeza
que implantou-se em mim.
Quero cura desse mal, quero verdade!
Que meu pranto não seja mais teu,
que meu amor não ouse te amar e
que o tempo me ensine a matar,
matar tudo o que ainda resta de você aqui.
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