Bendito tempo.


Ele avisou, disse que seria melhor
ficar ali parado esperando o próximo
passo, as próximas horas e ordens dele.
Eu segurei minha força e deixei a dor
ir para longe, onde eu não pudesse alcançar. 
Senti os braços pesados e minhas pernas
estavam distantes, não sentia gosto algum 
na boca, nos olhos, nos dedos.
A mente cansava-se de olhar adiante e eu 
no desejo de ir, seguir e saber o que existia
depois daquele muro.
Talvez se eu tentasse com muita força
conseguiria expandir aquele meu universo 
retraído, aquele que eu acumulei saudades.
Esperei mais e mais e a única coisa que aconteceu
foi um passarinho pousar no ombro em que não existia
mais vida, não havia espaço pra mais nada.
Ele esteve e olhou-me, só então compreendi...
eu só precisava esperar.

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