Presente teu.


Ponha tuas mãos sobre meu pecado,
mastigue minhas orelhas e cuspa segredos.
Deslize teu céu da boca em caráter meu 
e toque boca com palavrões.
Sinta o gole quente e retire daqui os erros
que preencheram, que ocuparam teu espaço.
Volte a minha caixa secreta e deposite teus
medos, minta para mim antes que eu morra.
Toque em fios de cabelos como cordões de
violas sagradas, toque pelos e provoque.
Dedique mordidas em pescoço,  
cumpra promessas aos passos.
Dê espaço e liberdade ao ser que há e
deixe que sinta teus olhos distantes
para morrer de saudades. 
Seja o presente e devore todo o passado,
para que o futuro seja surpresa eterna.
Presença tua no cangote meu. 

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