Estranho.

Brooke Shaden


A solidão assumiu seu lugar e o que de bom
poderia preencher seu espaço hoje não cabe mais.
Tudo fica mudo, pálido, sem sabor, descolorido
e os dias passam frios ou quentes, eu não sinto. 
Estou perdida no tempo, em alguma especie de bolha 
que eleva alma e deixa-me ao entojo de viver.
Não é triste, não é alegre, sofrido ou cheio de seus
rios derramados por olhos meus. Vivo ou morto,
é doença que instalou-se em mim e não há cura.  
Falta-me algo, não sei se força ou coragem.
Falta-me as gotas talvez, os rios, as margens de mim,
falta tudo, falta nada, falta ar, falta eu. Sinto falta de mim. 
Desconheço esse ser, mas não tenho medo, não temo por 
ser mal, ele é um animal que segue seus instintos. 
Se queres comer prova do seu melhor pecado e não há 
castigos, o que existe são consequências dos seus atos. 
Agora preciso servir-me de mim e estar só, só por um instante. 

                                                        O momento de estar de verdade aqui, comigo. 

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