'do fim das flores.

"... buquês são flores mortas num lindo arranjo, 
arranjo lindo feito pra você..."


Sente-se em meu estômago e sinta 
por cima o vazio em mim, o mesmo
que não pode mais ser preenchido por
você, por mais ninguém.
A fome que instala-se em mim é pior
que sede de cegos, pior que desejo de criança.
Ninguém ousa tocar meu violão, deixe lá, 
no dó em que eu deixei, pra curar, pra levar.
Tome tuas flores, deixe as minhas e leve...
leve os erros teus, os meus.
leve nossos laços, meus laços.
leve de forma bruta pra não restar nem raiz.
O dia será claro, calmo, puro.
A leveza voltará em ombros meus,
o riso encostará em boca minha e a verdade
estará presente constantemente em meu olhar... verdade!
E tu cairá, feito serpente morta por pisadas minhas,
por pisadas condenadas a ti, aos teus desejos.
Leve e deixe-me, preciso estar para saber do meu
fim, o que virá depois da curva. Quem sabe?!

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