Resto teu.


Quando se deseja, você arrisca a própria vida e o ar que pouco lhe serve.
E você deixa ser do modo em que estar, por preguiça e falta de esforço de vontade tua.
Adianta teus passos para trás, evita passado. Mas arranca da pele o teu gozo final, 
o mesmo gozo de desprezo teu, aquele de fim de filme, de fim de amor.
Entojo!
Levanta-se de ti rumo aos degraus, joga-se! Perfeita sintonia tua e da gravidade, quase estória de amor.
Rezo e não velo. Creio e mordo os modos de ser. 
Eu quero deixar assim, de pernas bambas e olhos d'água.
É a tua vez de ser vão. Viva nas saias, que eu vivo sem. 
Morra nos becos, enquanto eu embriago-me de chuvas ácidas e rios tranquilos, permitido.
Tranças agudas! Luta relutante! Papagaios rimados! Todo seu.

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