Do resto de mim.

 
De forma brutal eu suporto,
tento em dedos escorregadios
segurar um amor que sangra desconforto,
que derrama desconfiança e espia.
Sangro cada gota desse amor prematuro,
desse feto que foi arrancado de lugar bom,
arrancado da hora certa, do tempo que deveria.
É coisa irreal, coisa de que coisa as coisas,
coisa que bagunçou meu canto,
coisa que tirou o ar e que sufoca.
Queria calmaria, coisa delicada,
cartas de amor, serenatas, jardim.
Queria cada coisa de vez,
mas eu por vez não desprendi
e prendi de uma vez.
O pensamento errou-se,
os olhos rios de fim
e o amor sangra.
De amor eu já morri,
mas agora eu morro pelo teu amor, menina.
 
                                                                         "Uma guerra instalou-se aqui."

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